Valorização semanal reflete impacto da paralisação de operações da Chenming; Goldman Sachs vê espaço para novos aumentos em fevereiro.
23/01/2025 - Os preços de importação da celulose de fibra curta, amplamente utilizada na indústria de papel e produtos de higiene, tiveram uma alta de US$ 17 por tonelada na China na última semana, alcançando US$ 563/t. Os preços domésticos de revenda também registraram elevações. No caso da fibra longa, usada principalmente na produção de embalagens e sacos de papel, o preço de importação FOEX subiu US$ 9/t, chegando a US$ 782/t, com aumentos similares no mercado interno.
De acordo com o Goldman Sachs, o movimento de alta foi impulsionado pela paralisação de uma capacidade integrada significativa da Chenming, uma das maiores fabricantes de papel da China. O banco considera esse o evento isolado mais relevante para a dinâmica de preços de celulose e papel em dezembro e janeiro. “Especificamente para a fibra curta, o prêmio elevado da fibra longa continuará favorecendo a substituição e a demanda [entre esses tipos de fibras], o que deve sustentar um melhor momentum no curto prazo (apesar de acréscimos significativos na oferta nos próximos anos)”, analisam especialistas da instituição.
O Goldman Sachs também destacou que os produtores devem anunciar novos aumentos em fevereiro, apoiados tanto pela paralisação da Chenming quanto por interrupções temporárias na oferta devido a paradas de manutenção programadas na América Latina no primeiro trimestre.
Apesar disso, o banco alerta que uma recuperação sustentável nos preços depende de que os níveis atuais alcancem o custo marginal, desencadeando cortes de oferta e a recomposição de estoques. Por enquanto, a paralisação da Chenming evitou que os preços atingissem esse patamar, mas o possível reinício das operações da companhia permanece como um risco significativo. “Não estamos vendo compradores na China dispostos a recompor estoques, provavelmente devido à expectativa de reinício das operações, ao crescimento da oferta e ao sentimento macroeconômico negativo”, aponta o Goldman.
Na visão do banco, o aumento das compras recentes reflete ganhos de mercado pela Chenming, e não uma ampliação geral dos estoques.
O Bradesco BBI reforça que a alta semanal nos preços de revenda confirmou a implementação bem-sucedida dos reajustes planejados para janeiro, de US$ 20/t para fibra curta e US$ 10/t para fibra longa. Apesar das incertezas macroeconômicas — incluindo a guerra comercial e flutuações cambiais —, os analistas mantêm a projeção de avanço dos preços em direção a US$ 600/t até 2025.
Fonte: Portal Celulose
Comments