Pesquisa da CNI aponta também que, para 1 em cada 3 executivos, educação deve ser a prioridade do presidente eleito, antes de crescimento econômico. O que o próximo governo deve fazer para estimular a geração de empregos? A maioria dos empresários brasileiros (56%) acredita que a medida mais importante é realizar a reforma tributária, segundo uma pesquisa inédita realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Foto: CNI
15/09/2022 - O que o próximo governo deve fazer para estimular a geração de empregos? A maioria dos empresários brasileiros (56%) acredita que a medida mais importante é realizar a reforma tributária, segundo uma pesquisa inédita realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além do modelo complexo e ineficiente de cobrança de impostos, que freia o crescimento da economia, os altos tributos e a falta de qualificação profissional também são vistos como gargalos para ampliar as oportunidades de trabalho no país.
Na opinião de 48% dos executivos, é preciso reduzir os impostos sobre a folha de pagamento e 35% apontaram também, entre as principais medidas para gerar emprego, a necessidade de fortalecer a capacitação profissional.
“O complexo e oneroso sistema de cobrança de impostos do país inibe a produção de todos os setores econômicos e dificulta a geração de empregos e de renda para os brasileiros. A reforma tributária é fundamental para acelerar o ritmo de crescimento da economia e, por isso, deve ser uma prioridade para o próximo governo”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Cada um dos entrevistados, ao responder à pergunta sobre o que o próximo governo deveria fazer para gerar empregos, foi estimulado a escolher duas ações. Realizar a reforma tributária foi a mais apontada pelos empresários tanto como primeira quanto como segunda medida mais importante, tendo sido citada por mais da metade dos entrevistados.
Ainda aparecem como medidas relevantes para a geração de empregos, de acordo com os empresários entrevistados pela pesquisa, liberar crédito para as empresas investirem e/ou expandirem a sua capacidade produtiva (29%) e realizar novos aperfeiçoamentos na legislação trabalhista (25%). Os percentuais são o somatório total de entrevistados que citaram a medida como primeira e segunda mais importante.
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A pesquisa Agenda de Prioridades da CNI, encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, ouviu 1.001 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande porte de todas as regiões do país. As entrevistas, feitas por telefone, foram realizadas entre os dias 10 e 24 de agosto de 2022. O questionário, além de perguntas relacionadas à geração de emprego e outras questões importantes para o crescimento da economia, também aborda saúde, educação e segurança. Confira o estudo na íntgra:
Para um em cada três empresários, o próximo presidente deve priorizar educação
A pesquisa mostra, ainda, que os empresários reconhecem a relevância da formação dos jovens brasileiros para o crescimento da indústria e para o desenvolvimento do país. Para um em cada 3 entrevistados, a educação deve ser a principal prioridade do presidente eleito nos próximos quatro anos. Foi o tema mais citado pelos executivos como primeira e segunda principal prioridade do país.
O segundo tópico mais citado para ser a prioridade do governo a partir de 2023 foi saúde pública (26%) e na terceira posição aparece crescimento econômico, tendo sido apontado por 20% dos entrevistados como primeira ou segunda principal medida. Em seguida, redução de impostos (14%) e geração de emprego (12%).
Sobre a importância dada à educação pelos empresários para os próximos quatro anos, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca:
“A educação de qualidade em todos os níveis é um dos pilares fundamentais para a construção da cidadania e da prosperidade das nações. Só com educação de qualidade vamos preparar pessoas capazes de interpretar os avanços tecnológicos e propor soluções inovadoras”.
A urgência em investir em educação e saúde acompanha a avaliação dos empresários sobre as áreas que mais pioraram nos últimos quatro anos: as duas áreas aparecem no topo da lista, com 22% e 21% das citações, respectivamente. Os próximos tópicos que os empresários destacaram como aqueles com desempenho abaixo, mas com percentuais menores, foram inflação (9%) e segurança pública (7%). Nesta pergunta, cada um dos entrevistados apontou apenas uma opção.
Maioria dos empresários defende fortalecer ensino técnico e básico
Entre os caminhos possíveis para melhorar a educação no país, a maioria dos empresários apontou que, entre os diferentes níveis de formação, os que mais precisam do olhar do poder público são o ensino técnico (34%) e o ensino básico (32%). Em seguida, aparece a alfabetização, com um total de 18%. Os demais níveis de formação, como ensino médio, ensino superior e pós-graduação, somam 14%.
Já com relação às ações específicas para a área, um em cada três executivos acredita que a prioridade do próximo governo deva ser melhorar a capacitação dos professores. A qualificação aparece muito acima da necessidade de contratar mais docentes, citada apenas por 2% dos entrevistados. No topo da lista de medidas mais importantes para a área, na visão dos empresários, também estão priorizar os cursos técnicos/profissionalizantes (20%) e aumentar os salários dos professores (20%). Como cada um dos entrevistados respondeu duas prioridades para a área, o percentual é a soma das escolhas da primeira e segunda principal medida.
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“A pesquisa mostra que há uma demanda do setor empresarial por maior investimento no ensino técnico, que está mais alinhado às necessidades do mercado de trabalho. Outro ponto é a preocupação dos executivos com a qualidade do ensino. Diante de uma indústria cada vez mais tecnológica, o ensino precisa acompanhar as habilidades exigidas pelas empresas”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Saúde e segurança pública precisam avançar
Sobre as prioridades do próximo governo para a área da saúde, para um em cada quatro empresários deve ser a melhoria das condições dos hospitais e postos de saúde. Em seguida, os entrevistados elegeram como ações urgentes qualificar melhor os médicos e enfermeiros (19%), contratar mais médicos e enfermeiros (19%) e a necessidade de mais investimentos em saúde (19%). Como os entrevistados elegeram duas prioridades, cabe ressaltar, no entanto, que aportar mais recursos foi eleita por 16% como primeira principal medida, percentual que supera os tópicos que ficaram no somatório em segundo e terceiro lugar.
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Na área de segurança, a prioridade do governo que assume em 2023, na opinião dos empresários, deve ser aumentar o efetivo de policiais nas ruas (23%) e equipar a polícia (20%). Aumentar o salário dos policiais, evitar que pessoas que cometam crimes fiquem pouco tempo na prisão e reformulação do código penal aparecem como ações importantes para 15%, 13% e 12% dos entrevistados, respectivamente. Assim como nas demais áreas (saúde e educação), os percentuais são a soma da escolha como primeira e segunda principal prioridade para o tema.
Simplificação de impostos e controle dos gastos públicos impulsionariam a economia
Quando se trata do cenário atual, quase a metade (48%) dos empresários avalia a situação da economia brasileira como ótima ou boa. Do total, 35% avaliaram a economia como regular e 17%, ruim ou péssima. Para melhorar a economia brasileira, 43% dos empresários apontaram que o próximo presidente deve priorizar, nos próximos dois anos, reduzir os impostos. A segunda prioridade apontada para a área foi simplificar os impostos, tendo sido citada por 28% dos entrevistados como primeira ou segunda opção.
Um percentual relevante dos executivos também acredita que é preciso controlar os gastos públicos (24%), combater a inflação (23%), gerar empregos (23%) e reduzir as taxas de juros (17%).
Em relação às prioridades do próximo governo pensando nas empresas dos executivos e no ambiente de negócios do país, o resultado é muito similar à pergunta sobre as prioridades para a economia brasileira: 41% acreditam que o poder público deve avançar com a redução de impostos e 23% citaram a realização da reforma tributária. Em
terceiro lugar aparece a oferta de linhas de crédito facilitadas, tendo sido citadas por 17% dos entrevistados.
7 em cada 10 empresários acreditam na melhora da economia
Em relação ao futuro do país, a expectativa é positiva: sete em cada dez empresários estão otimistas ou muito otimistas. Um percentual ainda maior (77%) está otimista quanto ao futuro da indústria brasileira. Sobre a economia do país, 69% disseram que deve melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos.
“A discussões em torno da reforma tributária avançaram no país e hoje temos um inédito consenso em relação à importância e urgência dessa agenda. O texto em tramitação no Congresso Nacional, a PEC 110, é resultado de um amplo debate, com a participação dos mais diversos segmentos da sociedade e especialistas. Há uma expectativa dos empresários industriais em relação à prioridade que será dada ao tema no próximo governo. Aprovar a reforma tributária, com adoção de um sistema de tributação do consumo que seja mais moderno, eficiente e alinhado ao padrão mundial, é um passo fundamental para aumentar a competitividade das empresas e, assim, acelerar o ritmo de crescimento da economia, gerando mais empregos e renda para os brasileiros”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Editoria: Economia
Por: Camila Rabelo
Da Agência de Notícias da Indústria
Fonte: CNI